A inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa para o futuro e se tornou uma realidade estratégica para o presente. Em nenhum lugar isso está mais evidente na América Latina do que no Brasil. Dados recentes mostram que o país lidera os investimentos, a adoção e a regulação de IA na região, posicionando-se como um hub de inovação e desenvolvimento tecnológico. Mas o que está impulsionando essa liderança? E quais são os próximos passos para consolidar esse protagonismo?
Investimento crescente impulsiona a transformação
De acordo com uma pesquisa da SAP divulgada em 2024, 62% das empresas brasileiras planejam aumentar seus investimentos em IA em 2025, colocando o Brasil à frente de outros países latino-americanos. Atualmente, 83% das empresas nacionais já investem em IA, e 77% relatam resultados positivos com essas tecnologias.
Outro dado relevante é o estimado pela ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software): mais de R$ 13,5 bilhões serão investidos por empresas privadas em soluções de IA ao longo de 2025, especialmente nos setores de e-commerce, atendimento ao cliente, logística e marketing automatizado.
Apoio governamental e regulação avançada
O Brasil também vem se destacando pela criação de um arcabouço legal e institucional voltado para a IA. O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA 2024–2028) prevê R$ 23 bilhões em investimentos públicos, distribuídos entre infraestrutura computacional (como data centers e supercomputadores), formação de talentos, pesquisas e regulamentação.
Esse plano coloca o Brasil em sintonia com as principais diretrizes internacionais sobre IA responsável, transparente e segura, alinhando-se a princípios como os definidos pela OCDE e pela UNESCO.
Presença crescente de big techs e fundos de investimento
Grandes empresas globais também estão de olho no potencial brasileiro. Em 2024, a Microsoft anunciou um investimento de US$ 2,7 bilhões no Brasil, focado em IA e infraestrutura de nuvem, incluindo a formação de mais de 5 milhões de pessoas em habilidades digitais.
O Google Brasil também destinou R$ 5 milhões para iniciativas de formação em IA no terceiro setor, beneficiando mais de 100 mil pessoas. Além disso, aceleradoras e fundos como Domo.VC, Bossa Nova, KPTL e SP Ventures estão investindo ativamente em startups brasileiras de IA.
Aplicações reais e impacto econômico
As empresas brasileiras estão usando IA para resolver problemas reais:
Varejo: personalização de ofertas, análise preditiva de vendas, automação de atendimento.
Agro: monitoramento de safras via sensores e IA, previsão de clima e diagnóstico de solo.
Saúde: análise de exames por IA, triagem automatizada e assistências em diagnóstico.
Finanças: detecção de fraudes, análise de risco de crédito, robôs de investimento.
Essas soluções não apenas aumentam a eficiência, mas também geram empregos qualificados e novas cadeias de valor. Segundo estudo do BID, o uso de IA pode aumentar o PIB brasileiro em até 4% nas próximas duas décadas.
Desafios e oportunidades
Apesar do avanço, ainda existem desafios:
Falta de mão de obra qualificada em IA aplicada.
Baixa integração entre academia, setor público e empresas.
Necessidade de regulação clara para usos sensíveis (reconhecimento facial, dados pessoais, etc.).
Por outro lado, essas lacunas são também oportunidades. Startups, centros de inovação, hubs tecnológicos e consultorias especializadas (como a Volcano) podem atuar justamente onde o ecossistema ainda está se estruturando.
O Brasil não apenas acompanha a revolução da inteligência artificial — ele está ajudando a moldá-la. Com investimentos crescentes, apoio governamental, adesão empresarial e presença internacional, o país tem tudo para consolidar sua liderança em IA na América Latina.
O momento é agora. Seja para se atualizar, implantar IA no seu negócio ou liderar a inovação em seu setor, este é o ponto de virada.
A pergunta não é mais se sua empresa vai usar IA, mas quando e como.