Imagine a cena: o céu noturno é cortado por um míssil hipersônico. De repente, uma frota de drones surge, intercepta o projétil e o explode antes que atinja uma cidade. Essa manobra, digna de Star Wars, aconteceu recentemente sobre Kiev, quando radares ucranianos detectaram um enxame de Shahed-136 e despacharam interceptores autônomos que, guiados por IA, neutralizaram o ataque em pleno ar. Dias depois, o mesmo sistema ajudou a repelir uma ofensiva combinando 32 mísseis balísticos e 440 drones. Bem-vindo à era da guerra algorítmica, na qual softwares decidem em milissegundos aquilo que, até ontem, exigia pilotos, posto de comando e bilhões de dólares em hardware.
Se você acompanha as manchetes, já percebeu que “drone” virou sinônimo de ataque, defesa e contra-ataque. Em 2025, ele deixou de ser peça de espionagem e passou a concentrar a letalidade que antes cabia a aviões, blindados e artilharia. Drones não são mais coadjuvantes. São protagonistas.
1. Como chegamos aqui
O conflito Rússia–Ucrânia acelerou uma revolução iniciada em 2020: trocar plataformas caríssimas e tripuladas por enxames baratos, guiados por IA. Três fatores explicam essa mudança:
- Velocidade: algoritmos reagem em microssegundos.
- Custo: um Shahed-136 custa entre US$ 20–50 mil, enquanto um Patriot PAC-3 custa mais de US$ 4 milhões.
- Escala: fábricas podem “imprimir” centenas de drones por semana.
Quando a defesa gasta até 200 vezes mais por disparo, a matemática subverte a estratégia clássica. A Ucrânia respondeu com operações como a Spiderweb, usando 117 drones FPV com IA para destruir até 13 bombardeiros russos sem apoio de caças tripulados. Para sustentar esse modelo, o país anunciou a meta de produzir 4 milhões de drones por ano.
2. A inteligência artificial entra em combate
Drones com IA não apenas voam — eles pensam. A tecnologia já permite que esses sistemas operem de forma autônoma em ambientes hostis, tomem decisões em tempo real e reajam a mudanças inesperadas durante o voo. Essa automação torna possível substituir operadores humanos por algoritmos embarcados.
As principais funções hoje operadas por IA incluem:
- Navegação autônoma: replanejamento de rota em caso de bloqueios (como jamming).
- Identificação de alvos: baseando-se em padrões visuais, térmicos e sonoros.
- Decisão tática em campo: mudar alvos, dividir rotas ou abortar missões.
Na prática:
- A Ucrânia utiliza IA para manter drones voando sob bloqueios de GPS.
- A Rússia investe em enxames coordenados que confundem defesas.
- Os EUA e a UE desenvolvem drones wingman para acompanhar caças.
3. Funções que a IA já assumiu
A tabela abaixo resume o que a IA já é capaz de fazer nos campos de batalha atuais, explicando como essas capacidades se aplicam no uso real dos drones:
Função | O que a IA faz | Exemplos |
---|---|---|
Navegação autônoma | Recalcula rota sem GPS | FPVs ucranianos |
Visão tática | Reconhece silhuetas e prioriza alvos | V-BAT (Shield AI) |
Cooperação em enxame | Divide alvos e satura defesas com decoys | Shaheds + iscas |
Wingman aéreo | Atua como ala de caças, lança munições | Fury e Ghost Bat (EUA) |
4. Visão Comparativa por País – Drones de Combate (2025)
A seguir, uma análise das principais potências no desenvolvimento de drones militares com IA. Cada país aposta em diferentes estratégias, plataformas e aplicações específicas:
Status e capacidades dos principais drones em uso ou desenvolvimento no cenário global.
País | Plataforma(s) | Missão Principal | Autonomia | IA Embarcada | Custo Unitário |
---|---|---|---|---|---|
Irã | Shahed‑136 / 138 | Kamikaze e saturação | 6–12 h | Baixa | US$ 20–50 mil |
Rússia | Lancet / Orlan‑10 | Ataque tático / Reconhecimento | 1–16 h | Média | US$ 80–120 mil |
Ucrânia | Queen Hornet / Osa / V-BAT | FPV, bombardeio, logística | 15 min – 10 h | Alta | US$ 500–300 mil |
EUA | Fury / Switchblade / MQ‑9 | Wingman, ISR, ataque | 1–40 h | Alta | US$ 6 mil – 30 milhões |
Turquia | TB2 / TB3 / Akıncı | Ataque, vigilância, mar | 24–30 h | Média | US$ 3–15 milhões |
União Europeia | Eurodrone / nEUROn | ISTAR, stealth, testes de combate | 40 h (Eurodrone) | Média–Alta | €25–350 milhões |
Atualizado em junho de 2025. Custo e especificações podem variar por versão ou contrato.
Rankings
Categoria | Drone Destaque | Detalhes |
---|---|---|
Mais caro | XQ-58A Valkyrie | Estimado em US$ 15–20 milhões por unidade |
Mais barato | Queen Hornet | Cerca de US$ 1.000 por unidade |
Mais tecnológico | Dassault nEUROn | Drone stealth com IA e operação em grupo |
Mais veloz | XQ-58A Valkyrie | ~1.050 km/h (Mach 0.85) |
Maior autonomia | Shahed-136 | 6 a 12 horas de voo |
Maior carga útil | Bayraktar Akıncı | Até 1.500 kg |
Mais usado | Shahed-136 e Lancet | Amplamente utilizados em ataques reais (Rússia/Ucrânia) |
Mais preciso | Zala Lancet | Ataques kamikaze com correção de vídeo |
Mais autônomo | Fury (YFQ-44) | Operação em rede com IA nativa |
Melhor custo-benefício | TB2 | Baixo custo, alta eficiência em combate real |
Fichas técnicas dos drones que estão mudando a guerra
A guerra de 2025 não é travada apenas por soldados — é comandada por algoritmos, sensores e asas silenciosas. Nesta seção, reunimos as fichas completas dos principais drones militares em operação, com dados precisos sobre origem, função, autonomia, armamentos, tecnologia embarcada e uso em combate. Uma visão clara, atualizada e comparável do que cada país está colocando nos céus.

Shahed-136
Nome: Shahed-136
País de origem: Irã
Fabricante: Shahed Aviation Industries, vinculado à Guarda Revolucionária do Irã (IRGC)
Categoria: Drone suicida / Munição vagante (loitering munition)
Ano de introdução: Aproximadamente 2021
Especificações Técnicas
- Peso estimado: Cerca de 200 kg
- Envergadura: Aproximadamente 2,5 metros
- Comprimento: Aproximadamente 3,5 metros
- Tipo de propulsão: Motor a pistão MD-550 (ou similar, de origem chinesa)
- Velocidade de cruzeiro: Aproximadamente 185 km/h
- Alcance máximo: Entre 2.000 e 2.500 km
- Autonomia de voo: De 6 a 12 horas, dependendo da carga e do trajeto
- Carga explosiva: Entre 30 e 50 kg de explosivos
- Modo de ataque: Suicida, colidindo diretamente com o alvo
- Guiagem: Navegação autônoma baseada em GPS e sistema inercial (INS), sem comunicação em tempo real
- Precisão: Baixa, pois não possui sensores sofisticados nem correções visuais
Tecnologia Embarcada
O Shahed-136 geralmente não possui câmeras nem sensores ópticos. Sua navegação é simples e baseada em coordenadas predefinidas. Isso o torna barato, mas pouco preciso.
Destaque Tecnológico
Capacidade de ser lançado em enxames a partir de plataformas terrestres simples (como caminhões), grande alcance para seu custo, construção barata e modular.
Custo Estimado
De US$ 20 mil a US$ 50 mil por unidade.
Uso em Combate
- Amplo uso pela Rússia na guerra contra a Ucrânia, sob o nome “Geran-2”, em ataques contra Kiev e infraestrutura energética.
- Utilizado também por grupos aliados ao Irã no Iêmen (Houthis), Síria, Iraque e outras regiões do Oriente Médio.
- Principal vantagem: saturar defesas aéreas com alvos baratos que exigem interceptadores caros.
Apelido no Campo de Batalha
Devido ao barulho característico do motor, é conhecido como “moto voadora” ou “moto de jardim voadora”, por soar como uma mobilete.
Curiosidades
- A versão usada pela Rússia foi renomeada como Geran-2, mas mantém o núcleo tecnológico iraniano.
- O baixo custo e simplicidade tornaram o Shahed-136 símbolo da guerra assimétrica moderna com alto impacto psicológico.

ZALA Lancet
Nome oficial: ZALA Lancet
País de origem: Rússia
Fabricante: ZALA Aero (subsidiária do grupo Kalashnikov Concern)
Categoria: Munição vagante (loitering munition) / drone kamikaze
Ano de introdução: 2019 (revelado publicamente)
Especificações Técnicas
- Peso total: 12 a 25 kg (dependendo da versão)
- Envergadura: 1,2 m a 3 m
- Comprimento: 1 m a 1,8 m
- Velocidade de cruzeiro: 80 a 110 km/h
- Velocidade máxima de ataque: até 300 km/h (em mergulho)
- Alcance operacional: 40 a 100 km
- Autonomia de voo: 30 a 60 minutos
- Tipo de motor: Motor elétrico com hélice traseira
- Carga explosiva: 1 a 5 kg (alto explosivo ou termobárico)
- Sistema de guiagem: GPS e vídeo em tempo real (controle manual na fase final)
- Modo de ataque: Suicida, com mergulho direto sobre o alvo
Tecnologia Embarcada
- Transmissão de vídeo ao vivo
- Correção de trajetória em tempo real
- Capacidade de loitering (sobrevoo antes do ataque)
- Sistema eletro-óptico para rastreamento visual
- Navegação GPS com correção manual por vídeo
Função Principal
- Destruição de alvos fixos e móveis com alta precisão
- Ideal contra blindados leves, radares e sistemas antiaéreos
Destaques Tecnológicos
- Alta precisão graças à transmissão ao vivo
- Custo muito inferior a mísseis guiados convencionais
- Capacidade de replanejamento em voo
- Design em cruz (asa em X) para melhor estabilidade
- Motor elétrico silencioso
Custo Estimado
Entre US$ 35 mil e US$ 70 mil por unidade, variando conforme sensores e carga útil.
Uso em Combate
- Ampla utilização na Guerra da Ucrânia desde 2022
- Alvo principal: tanques, artilharia, radares e infraestrutura militar
- Opera com apoio de drones de reconhecimento
Curiosidades
- Versões: Lancet-1 (leve) e Lancet-3 (mais potente)
- Lançamento por catapultas móveis
- Imagens de impacto usadas em propaganda militar
- Considerado um “microcruzeiro inteligente” por unir drone e míssil

Orlan-10
Nome: Orlan-10
País de origem: Rússia
Fabricante: Special Technology Center (STC), São Petersburgo
Categoria: Drone tático de reconhecimento e guerra eletrônica
Ano de introdução: 2010
Especificações Técnicas
- Peso total: 12 a 18 kg
- Envergadura: Cerca de 3,1 metros
- Comprimento: Aproximadamente 2 metros
- Teto operacional: Até 5.000 metros
- Velocidade de cruzeiro: 90 a 150 km/h
- Velocidade máxima: Até 200 km/h
- Autonomia de voo: 10 a 16 horas
- Alcance de controle: 120 a 600 km
- Tipo de propulsão: Motor a combustão com hélice traseira
- Lançamento: Catapulta portátil
- Recuperação: Paraquedas com airbag
Carga Útil e Sensores
- Câmeras ópticas e infravermelhas (EO/IR)
- Sensor térmico para visão noturna
- Equipamentos de guerra eletrônica (jammer)
- Interceptação de sinais de rádio (SIGINT)
- Sistema de retransmissão de dados
Funções Principais
- Reconhecimento tático em tempo real
- Designação de alvos para artilharia
- Guerra eletrônica: interferência e spoofing de GPS
- Geolocalização de tropas inimigas
- Coordenação de outros drones e ataques
Destaques Tecnológicos
- Alta autonomia e alcance com estrutura leve
- Operação sem necessidade de pistas de decolagem
- Modular e fácil de transportar por tropas
- Integração com drones kamikaze em sistemas coordenados
- Capaz de operar em ambiente GPS-negado
Custo Estimado
Entre US$ 80 mil e US$ 120 mil por unidade, dependendo da configuração dos sensores.
Uso em Combate
- Utilizado intensamente na Guerra da Ucrânia desde 2022
- Direciona ataques de artilharia com extrema precisão
- Opera em conjunto com drones Lancet e Kub-BLA
- Empregado em operações anteriores na Síria e no Cáucaso
Curiosidades
- Considerado o “olho da artilharia russa”
- Opera com frequência em trios: observação, interferência e retransmissão
- Peça central da doutrina russa de guerra eletrônica e reconhecimento tático

Queen Hornet
País de origem: Ucrânia Fabricante: Wild Hornets (organização sem fins lucrativos) Categoria: Drone FPV multifunção (bombardeiro, kamikaze, logística e ataque remoto) Ano de introdução: 2024Especificações Técnicas
- Envergadura do quadro: 17″ (aproximadamente 43 cm)
- Peso de decolagem: Cerca de 18 kg
- Carga útil: Ideal de 6 kg, máxima de até 9,5 kg
- Tempo de voo: Até 25 minutos
- Alcance operacional: Até 15 km com carga e 20 km em voo leve
- Velocidade de cruzeiro: 70 a 80 km/h
- Velocidade máxima: Até 160 km/h
- Altitude de operação: 50 a 300 m (máximo até 2.000 m)
Sistemas a Bordo
- Controle por ELRS ou TBS
- Transmissão de vídeo analógica ou digital (DJI, Walksnail, Caddx)
- Motores brushless 4320 350KV com ESC de 80 A
- Alimentado por duas baterias 6s4p
- Suporte a cargas úteis como bombas FPV, minas, lançador de granadas ou metralhadora
Funções e Versatilidade
- Drone bombardeiro reutilizável
- Drone suicida com possibilidade de múltiplas missões (10 a 30 voos)
- Drone logístico para transporte de suprimentos ou minas
- Drone “mothership” para lançamento de drones menores
- Repeater de comunicação para ampliar sinal de rádio
- Plataforma de combate remoto com granadeiro ou metralhadora
Destaques Tecnológicos
- Construção modular, com 65% de componentes fabricados na Ucrânia
- Custo extremamente baixo (cerca de US$ 1.000 por unidade)
- Alta manobrabilidade para missões urbanas e em trincheiras
- Fácil transporte e operação por uma única pessoa
Uso em Combate
- Mais de 100 unidades já utilizadas e outras 100 em produção
- Empregado por batalhões como K-2, Bulava e forças especiais
- Destruição confirmada de tanques, bunkers, viaturas e logística inimiga
Desenvolvimento Futuro
- Versão XL com carga útil ampliada (10 kg)
- Melhorias em sensores, comunicação e tempo de voo

Osa (“Wasp”)
Nome: Osa (“Wasp”)
País de origem: Ucrânia
Fabricante: First Contact (empresa ucraniana de drones FPV)
Categoria: Drone FPV tático / Drone kamikaze / FPV quadcopter
Ano de introdução: 2025 (utilizado em junho na Operação Spiderweb)
Especificações Técnicas
- Carga útil: Até 3,3 kg de explosivos
- Tempo de voo: Até 15 minutos
- Velocidade máxima: Cerca de 150 km/h (42 m/s)
- Envergadura aproximada: Tamanho de um braço adulto (~0,5 m)
- Operação em condições adversas: Estrutura revestida e resistente a intempéries com frame fechado
Sistemas Embarcados
- FPV (first-person view): controle remoto via rede celular (SIM card) e vídeo analógico/digital
- Design robusto com estrutura fechada, cablagem interna e antena frontal para melhor alcance
- Skids especiais que funcionam como suporte de lançamento e podem conter carga explosiva cumulativa
- Possível integração com inteligência artificial para reconhecimento de alvos e funções autônomas
Destaques Táticos
- Projetado para voos encobertos de longo alcance dentro do território russo
- Empregado na “Operação Spiderweb”, com 117 unidades lançadas contra bases aéreas russas
- Custo estimado entre US$ 500 e US$ 2.000 por unidade
Uso em Combate
- Utilizado em 1º de junho de 2025 por forças ucranianas (SBU) contra bases aéreas russas como Olenya e Belaya
- Responsável por danos em dezenas de bombardeiros estratégicos russos (Tu-95MS, Tu-160, Tu-22M3)
- Estimativa de US$ 7 bilhões em danos e perda de cerca de 34% da frota de bombardeiros russos
Curiosidades
- Estrutura fechada permite transporte disfarçado em containers e tolerância a terrenos irregulares
- O nome “Osa” significa “vespa” em ucraniano
- Indícios de uso de inteligência artificial desde o início de 2024

YFQ-44A Fury
Nome: YFQ-44A (apelido “Fury”)
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: Anduril Industries (projeto original da Blue Force Technologies)
Categoria: UCAV de combate / Aeronave de combate colaborativa (Collaborative Combat Aircraft)
Status: Protótipo em testes terrestres (desde maio de 2025); voo inaugural previsto para o verão de 2025
Especificações Técnicas
- Comprimento: Aproximadamente 6 metros
- Envergadura: Aproximadamente 5 metros
- Peso máximo de decolagem: Cerca de 2.268 kg
- Motor: Turbofan Williams FJ44-4M (~4.000 lbf de empuxo)
- Velocidade máxima: Entre Mach 0.95 e Mach 1.2 (~1.150 km/h)
- Teto operacional: Até 15.240 metros (50.000 pés)
- Manobrabilidade: Até 9g (sustentando 4.5g a 20.000 pés)
- Armamento: 2 mísseis AIM-120 AMRAAM em hardpoints externos
- Design: Furtivo, com entrada de ar inferior, cauda em cruz e trem de pouso retrátil
Missões e Capacidades
- Combate ar-ar com armamento real
- Guerra eletrônica e supressão de defesas
- ISR – inteligência, vigilância e reconhecimento
- Absorção de ameaças (drone sacrificial em missão real)
- Operação semi-autônoma sob supervisão humana via sistema Lattice (Anduril)
Desenvolvimento
- Derivado do projeto REDmedium/Fury da Blue Force Technologies
- Adquirido pela Anduril em 2023 e adaptado para o programa CCA da USAF
- Designado oficialmente como YFQ-44A em março de 2025
- Primeiro drone da história com designação “F” (fighter) concedida pela USAF
- Testes no solo realizados em Beale AFB (Califórnia)
Custo e Produção
- Custo estimado por unidade: entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões
- Construção modular com uso de peças comerciais para produção escalável
- Custo significativamente inferior ao de caças tripulados como o F-35
Importância Estratégica
- Parte da estratégia americana de “Affordable Mass”
- Permite que caças tripulados operem em conjunto com enxames de UCAVs
- Fortalece a superioridade aérea em cenários de guerra contra potências como China e Rússia
- Marca o início de uma nova era de caças autônomos e colaborativos

Switchblade 600
Nome: Switchblade 600
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: AeroVironment
Categoria: Munição vagante (loitering munition) anti-blindados
Status: Em operação pelo US Army e USSOCOM; em uso na Ucrânia desde 2023
Especificações Técnicas
- Peso total: Aproximadamente 23 kg (inclui munição, lançador e tablet)
- Propulsão: Motor elétrico com hélice traseira
- Velocidade de cruzeiro: Cerca de 185 km/h
- Velocidade máxima: Até 185 km/h
- Alcance: Até 40 km com antena padrão; até 90 km com retransmissão
- Autonomia: Cerca de 40 minutos (inclui tempo de voo até o alvo e loitering)
- Altitude operacional: Não especificada, uso típico em baixas altitudes
Carga Explosiva e Sensores
- Ogiva: Cabeça de guerra anti-blindados derivada do míssil Javelin
- Sensores: Câmera eletro-óptica/infravermelha com gimbal de alta resolução
Guiagem e Controle
- Controle por tablet com tela sensível ao toque
- Sistema de navegação com plano de missão e controle de voo em tempo real
- Capacidade de cancelar ou redirecionar o ataque até momentos antes do impacto
- Comunicação via data link criptografado AES-256
Lançamento e Plataforma
- Lançamento por tubo portátil ou sistemas montados em veículos
- Montagem e operação por um único operador em menos de 10 minutos
Missões e Utilização
- Projetado para neutralizar tanques, veículos blindados e alvos de alto valor
- Em operação com o US Army, USSOCOM e Marinha (uso marítimo em testes)
- Empregado na Ucrânia contra sistemas antiaéreos e blindados russos
Custo e Produção
- Produção em larga escala prevista
- Custo unitário não divulgado, mas menor que o de mísseis anticarro tradicionais
Destaques Tecnológicos
- Alta precisão e letalidade contra blindados
- Capacidade de loitering sobre a área-alvo antes do ataque
- Design portátil e modular com controle total do operador
- Sistema completo inclui drone, lançador e tablet de controle
V‑BAT MQ‑35A
Nome: V‑BAT MQ‑35A
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: Shield AI (inicialmente Martin UAV)
Categoria: UAV de reconhecimento VTOL (Grupo 3)
Status: Em serviço ativo com US Navy, US Coast Guard, US Marines, US Army; implantado em Ucrânia, Romênia, Japão e Israel :contentReference[oaicite:2]{index=2}
Especificações Técnicas
- Comprimento: 2,74 m
- Envergadura: 2,96 m
- Peso total: ~56–58 kg
- Capacidade de carga útil: até 11,3 kg
- Propulsão: Motor Suter TOA 288 dois-tempos (≈17,6 kW)
- Velocidade cruzeiro: ~90 km/h
- Velocidade máxima: ~157 km/h
- Teto operacional: Até 6.100 m
- Autonomia: ≈10 horas
- Alcance de comunicação: até 130 km (com encrypt e retransmissão) :contentReference[oaicite:3]{index=3}
- Área mínima de decolagem/pouso: 4 × 4 m (ou 6 × 6 m) :contentReference[oaicite:4]{index=4}
Sistemas Embarcados
- Câmeras EO/IR (MWIR) em plataforma estável
- SATCOM para BLOS
- AI “Hivemind” para autonomia em ambientes com GPS/comms negados, incluindo swarming em equipes de até 4 aeronaves :contentReference[oaicite:5]{index=5}
- Conformidade com padrão de cargas modulares (US SOCOM Modular Payload Standard) :contentReference[oaicite:6]{index=6}
Missões
- ISR tático e estratégico em ambientes navais e terrestres
- Capacidade de entrega de carga leve (ex: fornecedores navais) :contentReference[oaicite:7]{index=7}
- Operações em cenários jamming intenso (Ucrânia) :contentReference[oaicite:8]{index=8}
- Suporte ao US Navy, US Coast Guard, US Army, US Marines e aliados (Japão, Romênia, Israel, Índia) :contentReference[oaicite:9]{index=9}
Vantagens Tecnológicas
- VTOL “tail-sitter”: decola/pousa verticalmente sem infraestrutura
- Detector de operações em espaços reduzidos (fonte: Shield AI) :contentReference[oaicite:10]{index=10}
- Swarming com autonomia inteligente, reduz necessidade de humanos
- Modularidade para integração de armas, radares SAR, EW, lidar, WAS
- Alta resistência à guerra eletrônica e GPS spoofing/jamming :contentReference[oaicite:11]{index=11}
Custo e Produção
- Contractos: US Coast Guard (US$198M até 2029), JSW India (US$90M transferência tecnológica) :contentReference[oaicite:12]{index=12}
- Custo por unidade: faixa de seis dígitos médios (custo modular comparável entre RQ-7 e?); ponto de preço abaixo de aeronaves maiores
Futuro e Evolução
- Motor a heavy-fuel (JP‑5) para voos +13 h, VTOL automatizado completo :contentReference[oaicite:13]{index=13}
- Suporte à integração de cargas guiadas (laser, WAS, EW e SAR) :contentReference[oaicite:14]{index=14}
- Expansão da produção global (Índia, Europa, Ásia) com escala exportável

XQ‑58A Valkyrie
Nome: XQ‑58A Valkyrie
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: Kratos Defense & Security Solutions
Categoria: UCAV furtivo / “Loyal Wingman” sob o programa LCAAT da USAF
Status: Protótipo em testes — primeiro voo em março de 2019; variantes em desenvolvimento para USAF, USMC e USN
Especificações Técnicas
- Comprimento: ~9,1 m
- Envergadura: ~8,2 m
- Altura: ~2,5 m
- Peso vazio: ~1.130 kg
- Peso máximo de decolagem: ~2.720 kg
- Motor: Turbojato único (~2.000 lbf / 8,9 kN de empuxo)
- Velocidade de cruzeiro: Mach 0,72 (~882 km/h)
- Velocidade máxima: Mach 0,85–0,95 (~1.150 km/h)
- Teto operacional: ~13.700–15.000 m (45.000–50.000 pés)
- Alcance: Até ~5.600 km (3.500 milhas náuticas)
- Armamento: Baias internas e hardpoints externos (ex.: AIM‑120 AMRAAM em variações futuras)
Design e Lançamento
- Formato furtivo com fuselagem trapezoidal, cauda em V e entrada de ar em S
- Lançamento por foguete em trilhos; recuperação com paraquedas e airbags — variantes com trem de pouso interno em desenvolvimento
Operacionalidade e Missões
- Concepção para escoltar caças F‑22/F‑35 como “leal wingman”
- Capaz de carregar cargas ISR, EW ou munições; atua também como absorvedor de ameaças
- Testes com marinha e fuzileiros (USMC, USN), inclusive em cooperação com F‑35 durante o exercício Emerald Flag 2024
- Projeto “atributable” pelo AFRL, voltado para produção em massa com baixo custo de ~US$ 2–4 milhões por unidade
Variantes em Desenvolvimento
- XQ‑58A: protótipo original com variantes Increment 0, 1, B e outras
- MQ‑58B: versão para guerra eletrônica e supressão de defesas (SEAD) do USMC
- Nova variação com trem de pouso interno iniciará voos em breve Importância Estratégica
- Marca o início da era de “wingmen leais” autônomos em cooperação com aviões tripulados
- Potencial para formar enxames operacionais com baixo custo e alta efetividade
- Forte resiliência à infraestrutura limitada — não depende de pistas e pode ser lançado de container, navio ou caminhão
MQ‑9 Reaper
Nome: MQ‑9 Reaper (também conhecido como Predator B)
País de origem: Estados Unidos
Fabricante: General Atomics Aeronautical Systems, Inc.
Categoria: UAV de média altitude, longa autonomia (MALE), armado e de reconhecimento
Status: Em serviço desde 2007 com diversos ramos militares dos EUA e aliados
Especificações Técnicas
- Comprimento: 11 m (36 ft)
- Envergadura: 20–21 m (66–69 ft)
- Altura: ~3,8 m (12,5 ft)
- Peso vazio: 2.223 kg (4.900 lb)
- Peso máximo de decolagem: 4.760 kg (10.500 lb)
- Motor: Honeywell TPE331‑10 turboprop (~900 shp)
- Velocidade de cruzeiro: ~313 km/h (200 kt)
- Velocidade máxima: ~482 km/h (300 mph)
- Alcance: ~1.900 km (1.000 nmi)
- Endurance: Até 27 horas; com tanques externos, mais de 30 horas
- Teto de serviço: ~15.240 m (50.000 ft)
- Capacidade de carga: 1.701 kg interno/3.000 lbs externos (~1.361 kg)
Sensores e Sistemas
- Sensor Multi-Spectral Targeting System (MTS-B): EO/IR, radar, designador laser, gimbal estabilizado :
- Radar multimodo Lynx (opcional)
- Comando/control remoto por satélite e estação GCS tripulada por piloto + operador
Armamento
- Até 4 mísseis AGM‑114 Hellfire
- Bombas GPS/laser guiadas: GBU‑12, GBU‑38, GBU‑49, GBU‑54
Missões e Uso Operacional
- Inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR)
- Ataque de precisão e apoio aéreo aproximado
- Interdição de alvos de alto valor
- Combate contra terrorismo e apoio a forças terrestres
- Uso por EUA, Reino Unido, Itália, França, Emirados Árabes, Índia e outros
Estatísticas e Desempenho
- +2 milhões de horas de voo acumuladas até 2022
- Em média realiza 48.000 h de voo por mês em múltiplas forças
- Capaz de permanecer até 42 h no ar com combustível externo
Desafios e Vulnerabilidades
- Drones foram derrubados por rebeldes Houthi no Iêmen (ao menos 15 desde 2023), reforçando a vulnerabilidade contra defesas antigas
- PERDIDO em interceptação por Su‑27 russo sobre Mar Negro em 2023
- Discutido possíveis substitutos mais baratos e resistentes a defesas modernas
Perspectiva Estratégica
- Marco na guerra moderna: alto alcance, payload pesado e uso em múltiplas funções
- Flexível para ISR, ataque e apoio terrestre com precisão
- Permanente evolução para versões Block 5/ER como SkyGuardian, SeaGuardian

Bayraktar TB2
Nome oficial: Bayraktar TB2
País de origem: Turquia
Fabricante: Baykar Makina
Categoria: UAV armado de média altitude e longa autonomia (MALE UCAV)
Entrada em serviço: 2014
Especificações Técnicas
- Comprimento: 6,5 m
- Envergadura: 12 m
- Altura: 2,2 m
- Peso vazio: 450 kg
- Peso máximo de decolagem: 630 a 700 kg
- Motor: Rotax 912 ULS (100 hp)
- Velocidade de cruzeiro: 100 a 130 km/h
- Velocidade máxima: 120 km/h
- Teto de serviço: 5.500 a 8.200 m
- Autonomia de voo: até 27 horas
- Alcance de controle: 150 a 300 km (linha de visada); com satélite (versão TB2S)
Sensores e Armamento
- Sensores: Torre EO/IR estabilizada com câmera diurna, infravermelho e designador a laser
- Carga útil: até 150 kg
- Pilones: 4 pontos sob as asas
- Munições típicas: MAM-L (~22 kg), MAM-C (~6,5 kg), UMTAS, BOZOK, Kemankes
Controle e Operação
- Operado remotamente a partir de estação em solo
- Capaz de voar autonomamente com piloto automático triplo
- Decolagem e pouso automáticos
Uso em Combate
- Operações da Turquia no Iraque e Síria contra PKK e YPG
- Empregado com sucesso pelo Azerbaijão no conflito de Nagorno-Karabakh (2020)
- Ampla atuação pela Ucrânia desde 2022, inclusive contra tanques e navios russos
- Retornou à ativa em 2025 em operações pontuais na Ucrânia (região de Kherson)
- Também utilizado na Líbia e observado em Mali
Produção, Operadores e Custo
- Mais de 400 mil horas de voo registradas
- Exportado para mais de 20 países, incluindo Ucrânia, Polônia, Paquistão, Etiópia, Nigéria
- Montadora inaugurada na Ucrânia em 2023
- Custo estimado: abaixo de US$ 5 milhões por unidade
Vantagens
- Alta autonomia e eficiência em missões de reconhecimento e ataque
- Baixo custo comparado a drones de mesmo porte
- Alta precisão com armamento leve guiado a laser
- Design modular e compacto, com asas dobráveis
Limitações
- Vulnerável a sistemas antiaéreos modernos (S-300/S-400)
- Menor velocidade e resistência a interferências em zonas de guerra eletrônica intensa
Impacto Estratégico
- Transformou o papel dos drones em conflitos de baixo e médio custo
- Redefiniu o equilíbrio no combate assimétrico e ganhou destaque na imprensa global
- Símbolo da diplomacia tecnológica da Turquia e da resistência ucraniana

Bayraktar Akıncı
Nome oficial: Bayraktar Akıncı
País de origem: Turquia
Fabricante: Baykar Makina
Categoria: UCAV HALE (High Altitude Long Endurance)
Entrada em serviço: Desde 2021
Especificações Técnicas
- Comprimento: 12,2 m
- Envergadura: 20 m
- Altura: 4,1 m
- Peso máximo de decolagem: 5.500–6.000 kg
- Capacidade de carga útil: 1.300–1.500 kg (interna + externa)
- Motor: Variante A – 2× AI‑450T de 450 hp; Variante B – 2× PT6A‑135A de 750 hp
- Velocidade de cruzeiro: Até 250 nós (~463 km/h)
- Teto operacional: Até 12.000–13.000 m (40.000 ft)
- Autonomia de voo: 20–24 horas
- Alcance operacional: Aproximadamente 6.000–7.500 km
Sensores e Sistemas
- Radar AESA (Murad 100‑A)
- SAR, EO/IR, designador a laser
- Comunicação LOS e BLOS via satélite
- Triplo piloto automático e sistemas de redundância
- Voo autônomo completo: decolagem, cruzeiro, pouso
Armamentos
- Até 6 pilones externos
- Compatível com: MAM‑L, MAM‑C, MAM‑T, L‑UMTAS, Cirit, Bozok, TOGAN, HGK‑82, SOM‑A, Gökdoğan, Bozdoğan
- Capaz de lançar mísseis ar-ar e bombas guiadas de até 500 kg
Missões e Aplicações
- Vigilância estratégica e tática de longo alcance
- Ataques ar-superfície com precisão cirúrgica
- Capacidade ar-ar contra ameaças leves
- Capaz de operar como node em rede UAV cooperativa
Destaques Tecnológicos
- Alta carga útil comparada à categoria MALE
- Avionics redundantes para alta confiabilidade
- Integra radar AESA e guerra eletrônica
- Compatível com os mais modernos armamentos turcos
- Pode lançar ALCMs para missões de longo alcance
Operadores e Exportações
- Em serviço na Turquia desde 2021
- Exportado para Catar, Azerbaijão, Ucrânia, Marrocos
Impacto Estratégico
- Preenche a lacuna entre MALE UCAVs e aviões de combate leves
- Serve como plataforma flexível para vigilância, ataque e guerra eletrônica
- Mostra o avanço da Turquia na produção de sistemas de armas indigenamente
Eurodrone (European MALE RPAS)
Nome: Eurodrone (EU Medium Altitude Long Endurance RPAS)
Países participantes: Alemanha, França, Itália, Espanha
Fabricantes principais: Airbus (prime), Dassault, Leonardo
Categoria: Drone MALE (média altitude, longa autonomia), multirole ISTAR/ASW/AEW/TA/AR
Status: Em desenvolvimento; primeiro voo previsto para meados de 2027, entregas iniciando em 2028–2030
Especificações Técnicas
- Comprimento: Cerca de 16–17 m
- Envergadura: Aproximadamente 30 m
- Altura: Cerca de 6 m
- Peso máximo de decolagem (MTOW): Aproximadamente 11–13 t
- Capacidade de carga útil: Até 2,300 kg (sem
- Propulsão: 2× turbopropulsor General Electric Catalyst
- Velocidade de cruzeiro: ~500 km/h
- Teto operacional: ~13 700 m (45 000 ft)
- Autonomia de voo: Até 40 horas
- Alcance operacional: VOO em espaço aéreo civil e militar, equipado para ISTAR e missão em mar e terra
Sistemas e Sensores
- Sensor electro-óptico/infravermelho (EO/IR)
- Radar SAR e detect-and-avoid integrado
- SIGINT/ELINT para coleta de sinais
- Design com foco em integração em espaço aéreo civil (NATO STANAG 4671)
- Arquitetura aberta para futuras cargas (EW, ASW, AEW)
Operadores Futuros
- Alemanha: 7 sistemas (21 drones)
- Itália: 5 sistemas (15 drones)
- França: 4 sistemas (12 drones)
- Espanha: 4 sistemas (12 drones)
- Observadores: Japão (2023), Índia (2025)
Destaques e Missões
- Multifunção: vigilância estratégica (ISTAR), guerra naval (ASW/ASuW) e alerta antecipado (AEW)
- Capaz de operar em espaço aéreo civil com alta autonomia e redundância
- Projeto marca um salto na soberania europeia em sistemas não tripulados
- Valor total do programa: ~7 bilhões de euros para 20 sistemas (60 drones)

Schiebel Camcopter S‑100
Nome oficial: Schiebel Camcopter S‑100
País de origem: Áustria
Fabricante: Schiebel
Categoria: UAV VTOL tático/operacional
Status: Em serviço desde 2006 com mais de 300 unidades produzidas
Especificações Técnicas
- Comprimento: 3,11 m
- Diâmetro do rotor principal: 3,40 m
- Altura: 1,12 m
- Peso vazio: ~110 kg
- Peso máximo de decolagem: 200 kg
- Carga útil máxima: 50 kg
- Tempo de voo: cerca de 6 horas com carga; até 10 horas com tanques externos
- Velocidade de cruzeiro: ~100 km/h
- Velocidade máxima: até 220 km/h
- Teto operacional: ~5.500 m
- Alcance: até 200 km em linha de comando
- Motor: Wankel 55 hp Austro Engine AE‑50R; opcionalmente motor a óleo pesado (JP‑5/JT‑8)
Sistemas e Payloads
- Câmeras EO/IR sobre gimbal estabilizado
- Radares SAR, AIS, sonar/sonobuoy (em variantes navais)
- Capaz de lançar pequenos mísseis (ex.: Thales LMM)
Operação e Emprego
- Decolagem e pouso verticais automáticos sem infraestrutura
- Operado por estação em solo com controle manual ou missões programadas via GPS
- Mais de 14 marinhas e forças armadas adotaram o sistema
- Utilizado em vigilância marítima, busca e resgate, controle costeiro, guerra anti-submarina e interceptação de poluição marítima
Integração Naval
- Testado e operado embarcado em navios de diversos países, como França, Alemanha, Grécia, Croácia e Reino Unido
- Recuperação por céu aberto em navios mesmo com mar agitado até nível 3
Produção e Operadores
- Produzido desde 2006, com cerca de 300 unidades até 2018
- Operadores civis e militares incluem EUA, Alemanha, França, Austrália, Bélgica, Croácia, Islândia, Reino Unido, Emirados e muitos outros
Destaques
- Sistema VTOL compacto e OMNI-direcional: não precisa de pista nem guindastes complexos
- Alta robustez ambiental: opera dia/noite e sob condições climáticas adversas, alcance de 200 km
- Design premiado e em uso em missões críticas como SAR, ISR, ASW e monitoramento ambiental

Dassault nEUROn
Nome: nEUROn
País de origem: Europa (França, Itália, Suécia, Espanha, Grécia, Suíça)
Fabricante: Dassault Aviation (prime), com participação da Airbus, Saab, Leonardo, RUAG e Thales
Categoria: Demonstrador UCAV furtivo de combate (stealth stealth combat drone)
Status: Em desenvolvimento; primeiro voo em 1º de dezembro de 2012; programa de testes continuou até 2019
Especificações Técnicas
- Comprimento: 9,4 a 10 m
- Envergadura: 12,4 a 12,5 m
- Peso vazio: ~4.900 kg
- Peso máximo de decolagem: ~6.000 a 7.000 kg
- Motor: Rolls-Royce/Turbomeca Adour Mk 951 turbofan (~29 kN de empuxo)
- Velocidade de cruzeiro: Mach 0,7–0,9
- Velocidade máxima: aproximadamente Mach 0,8–0,9
- Teto operacional: cerca de 14.000 m
- Endurance: ao menos 3 horas de voo, com possibilidade de prolongamento
- Payload: até 460 kg de carga útil (missões de ataque)
- Custo estimado por unidade demonstradora: aproximadamente €25 milhões
Design e Tecnologias
- Configuração “flying wing” com fuselagem furtiva e revestimento de baixa assinatura radar e infravermelha
- Sistema de lançamento automático, navegação autônoma e pouso automático
- Sote interna para armamentos (até duas bombas guiadas de ~250 kg)
- Ligações de dados conforme padrões militares (STANAG)
- Equipe de controle tripulante terrestre com arquitetura C4I avançada
Programa e Missões
- Objetivo de validar tecnologias europeias para futuros UCAVs
- Campanhas de voo na França, Itália, Suécia e testes em porta-aviões Charles de Gaulle
- Mais de 130 voos até 2019, incluindo lançamentos de armas e testes de furtividade
- Conduziu ensaios colaborativos com caças Rafale e Eurofighter
Impacto Estratégico
- Primeiro demontrador UCAV furtivo europeu
- Impulsiona cooperação industrial entre grandes fabricantes europeus
- Servirá de base para futuros UAVs de combate furtivos na estratégia pós-2030
- Forta ênfase em produção digital colaborativa para programas futuros
5. Economia de choque
Um dos fatores mais críticos da guerra algorítmica é o custo. Quando um míssil custa 80 vezes mais que o drone que ele intercepta, a balança de custo-benefício pesa contra o defensor. A tabela abaixo mostra essa disparidade:
- Patriot: US$ 4 milhões.
- Shahed: US$ 20–50 mil.
- Interceptores ucranianos com IA: US$ 3–5 mil.
Hoje, 80% dos Shaheds são abatidos por armas leves, drones ou guerra eletrônica, não mais por mísseis de alto custo. A IA permite criar sistemas de defesa mais baratos e escaláveis.
6. O novo manual de guerra
A guerra não mudou apenas de ferramentas — mudou de lógica. Os algoritmos substituíram os generais na linha de frente. A seguir, os pilares desse novo paradigma:
- Velocidade algorítmica: IA assume decisões táticas antes tomadas por humanos.
- Escala exponencial: produção de milhões de drones por ano.
- Dissuasão em xeque: bases nucleares podem ser atingidas por drones simples.
- Riscos éticos: IAs adversárias podem iniciar escaladas automáticas sem controle humano.
Estamos assistindo à formação de um novo ecossistema de guerra. Drones armados com IA substituem soldados. Interceptores autônomos substituem mísseis. Algoritmos substituem generais. O desafio é manter o humano no loop e impedir que a guerra seja decidida apenas por linhas de código.
Referências
- BBC News – “Ukraine uses AI-powered drones to intercept missile strikes”, junho 2025.
- CNN – “Kiev launches 117-drone operation against Russian airfields”, 12/06/2025.
- Defense News – “Shield AI’s V-BAT drones demonstrate autonomous targeting”, maio 2025.
- Reuters – “Iran’s Shahed drones and their use by Russia in Ukraine”, abril 2025.
- Forbes – “Patriot missiles cost US$ 4 million each. Drones they intercept? US$ 20,000”, maio 2025.
- NYT – “Ukrainian engineers build their own interceptors using AI and 3D printing”, março 2025.
- DW – “Drone swarm warfare is rewriting NATO doctrine”, fevereiro 2025.